Representantes de municípios, sindicatos patronais do sudoeste e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) se reuniram, novamente, nesta quinta-feira, 27/03, na Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), para tratar da escassez de mão de obra na região. Nesta nova rodada de conversas, foram apresentados aos prefeitos e secretários municipais de Assistência Social e Indústria e Comércio levantamentos do número de beneficiários do Bolsa Família na região com idades entre 18 e 49 anos, número de vagas de trabalho no sudoeste e alternativas aos municípios para incentivar a inclusão de pessoas no mercado de trabalho.
De acordo com os dados levantados pela Amsop e Fiep, na faixa etária entre 18 e 49 anos, o sudoeste possui 31.751 beneficiários do Bolsa Família. Porém, esse número vem caindo na maior parte dos municípios, com exceção de Pato Branco, que registrou um aumento de 0,3% em relação ao ano de 2024. Na reunião, a meta traçada foi de reduzir em 20% os beneficiários do Bolsa Família nesta faixa etária. Atualmente, a região possui 80.153 pessoas que recebem o Bolsa Família, ou seja, 11,7% da população.
“Hoje, a percepção é a de que é muito mais cômodo depender somente do Bolsa Família do que entrar no mercado de trabalho. E, isso, tem se refletido na escassez de mão de obra”, assinalou o presidente da Amsop e prefeito de São João, Clóvis Cuccolotto.
O presidente da Amsop ainda pediu aos municípios que “fiscalizem, façam um pente-fino nos benefícios via Assistência Social, até seguindo o decreto assinado esta semana pelo presidente Lula para combater as fraudes no Bolsa Família”, e, também, complementou que “nós não somos contra o Bolsa Família, mas, que ele seja pago a quem de fato necessite e por um determinado tempo”.
Quanto ao mercado de trabalho no sudoeste, em 2024, o Caged apontou que a região registrou 193,3 mil empregos formais, um aumento de 5,1% em relação a 2023, sendo a indústria e serviços os setores que mais contrataram no ano, com 51,1 mil e 50,9 mil admissões respectivamente. Na agropecuária, estavam 12,2 mil postos de trabalho formais.
Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis e Madeira do Sudoeste do Paraná (Sindimadmov), Leocir Marafon “a nossa região vive um processo intenso de industrialização, cresce muito acima da média do Paraná e do Brasil, as famílias também diminuíram a quantidade de filhos e, então, não vemos outra saída a não ser trazer mão de obra de outros estados ou países”.
A gerente regional do Sesi-Senai de Francisco Beltrão, Juliane Agnes, apresentou as oportunidades de qualificação da mão de obra oferecidas no sudoeste, em um trabalho integrado com as prefeituras e indústrias.
Também participaram da reunião, o presidente da Comissão do Municipalismo e Desenvolvimento Regional da Amsop e prefeito de Francisco Beltrão, Antônio Pedron, os prefeitos de Marmeleiro e Verê, Jander Loss e Paulo Weissheimer, respectivamente, vice-prefeito de São Jorge D’Oeste, Gilmar Paixão, o representante da Fiep e do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná (Sinvespar), Luiz Krindges, e o representante do Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios de Francisco Beltrão (Sindirepa), Isaías Dal Zotto.
-----
Assessoria